Um quilo de Kiwi
Um quilo de um monte de coisas que não se encontra por aí.
terça-feira, 26 de julho de 2011
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segunda-feira, 23 de maio de 2011
Só pra variar
Acompanhem Vagner Zaffani em: SuperCrônico e Umtalpoeta
quinta-feira, 24 de março de 2011
E por que não?
Priberam:
sexta-feira, 18 de março de 2011
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Logoff
Quando criança, corria descalço pelo bairro jogando bétia na rua, acho que esse foi o mais perto que cheguei de ser atleta. Até hoje carrego a marca nos pés de um dia em que “dei uma bicuda” na redonda, ou quase, a redonda rolou, e arrebentei os dedos na calçada. Bom, nesse dia aprendi a só sair de casa devidamente calçado.
Adolescente com os hormônios em fúria, apaixonei-me pelo rock, gravava em fita cassete as lindas canções de RAMONES, PANTERA, RAIMUNDOS, e tantos outros. Soava como libertação, ali, no rock, aprendi sobre política, música, vida, sexo, drogas, como fugir de uma briga, como entrar em uma briga. O rock, assim como a bétia, me rendeu lições, aprendi música, aprendi respeito, e principalmente, aprendi que ressaca não tem cura.
Já adulto, quando as portas do mundo se abrem, todas essas pequenas situações são maximizadas. A estupidez de uma criança pode até ser engraçada, já a de um adulto.... Acidentes automobilísticos são bem diferentes de chutar calçada, mas são tão eficientes quanto na hora da lição (ao menos para alguns). Tequilas e volante definitivamente não combinam.
Cerveja e brigadeiro são deliciosos, mas seu estômago já não é tão durão quanto antes, misture-os e você certamente terá um baita d’um “dilurimento nas tripa”, como diria Vó Zabé. Todas as encrencas e aventuras que me meti me ajudaram de alguma forma, seja pra ensinar a me dar bem na vida ou a foder menos com ela.
Vi de perto a evolução das redes sociais e interatividade online. E vejo diariamente a “falta de vida” que nos cerca. Futebol virou Pro Evolution Soccer (ou FIFA, depende do gosto). O papo da pracinha virou chat, a balada se transformou em comunidade no Orkut. Pergunte a uma criança o que é um rolimã, ela vai rir e dizer que não precisa, pois já lançaram o novo Need For Speed pro PS3. Se alguém te incomoda, você não contesta, clica com o direito e seleciona bloquear contato.
Eis o paradoxo, um professor de informática criticando a evolução tecnológica. Aí está o detalhe, sou plenamente a favor da tecnologia e todas as facilidades que ela nos proporciona. Só não acho correto abdicar de uma vida para usufruir de um mundo virtual.
A cada dia fica mais notável a falta de capacidade de comunicação dos mais jovens. Eles teclam muito bem (não disse que escrevem corretamente, só digitam bem), fazem downloads, publicam suas fotos nas comunidades virtuais. Mas coloque dois deles lado a lado. Fica nítida a dificuldade de se relacionar com o mundo. Eles falam errado, comem errado, se sentam errado. Ou será que fui eu quem aprendeu errado? Que me enganei ao pensar que ir a casa de um amigo lhe dar um abraço é mais importante que enviar um depoimento no Orkut. Que uma boa conversa é mais esclarecedora do que qualquer fórum. Que jogar bétia na rua é mais legal que damas on line.
Que me desculpem os “tuiteiros”, mas sou muito mais que 144 caracteres.
Leandro Faustino
* Texto postado em Setembro de 2010 na Rádio Canalha!
** Visitem http://www.radiocanalha.blogspot.com/
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Grandes Lagos
Rio Preto é uma típica cidade interiorana, de semblante pacato e ventos quentes, com a maioria dos recursos das grandes capitais.Tudo o que é preciso pra viver bem se encontra aqui, e o que aqui não se produz, consegue-se com grande facilidade.
Mas o que deixa o riopretense tão ranzinza? Nunca vi um povo reclamar tanto de seu lar quanto o riopretense. Aquela velha história, o jardim do vizinho é sempre mais verde.
Grandes Lagos
Tanto distante quanto grande
Ao chegar me esbaldo em água
Sombra fresca não me falta
Terra bela, deslumbrante
Grande árvore na estante
Estampa a foto da infância
No sorriso da criança
A alegria é berrante
Campos verdes, prédios cinzas
Vicinais e avenidas
Me chamam pra passar
Passeando na cidade
Tanto cedo como tarde
Quero sempre na memória essa beleza, meu lugar
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Relacionamentos
Algumas pessoas anseiam por amor incondicional. Outros esperam ser idolatrados e venerados. Existem também os que buscam num relacionamento uma forma de, digamos, aumentar seu patrimônio. Também há aqueles que buscam realizar suas fantasias, mudar de vida, passar o tempo ou simplesmente não ficar só. Ainda bem que para todo ser existe um par. Para quem busca dinheiro, sempre há alguém disposto a pagar por companhia. Para quem quer adoração, existem aqueles que querem servir.
Mas o que mantém um relacionamento ativo? O que mantém um casal unido depois de tempos juntos? Simples. O próprio umbigo. Um relacionamento, como tudo na vida, só acontece se for interessante para todos os envolvidos. A partir do momento em que uma das partes não vê nessa relação suas necessidades atendidas surge o descaso. Não há nada pior para a vida a dois do que a falta de interesse, seja pelo que for. Da conversa que o parceiro só finge ouvir, da comida feita com carinho e engolida numa só garfada, do cafuné rejeitado, de segurar a mão enquanto passeia, do sexo só pra lembrar que ali já existiu um casal.
E são exatamente os detalhes que selam o destino de um relacionamento. Quando esses detalhes são positivos o resultado é um casal feliz, que sorri por qualquer coisa num domingo a tarde, pelo simples prazer da companhia. Sempre apreciei esses momentos. O abraço a qualquer hora. Uma conversa largado na cama. Um filme em dia chuvoso. O beijo que surge de repente. O carinho sem esperar resposta. O sorriso de agradecimento ao ver o parceiro bem.
Mas vocês devem estar se perguntando como posso falar de relacionamento a dois sem falar de amor. O amor é só mais um detalhe, o amor além do brilho é o remendo da relação. Usamos o amor para justificar o injustificável. Quando algum aspecto da relação não agrada nos vem logo à mente a caridade do amor, a segunda chance, o tentar de novo. O problema é quando o tentar de novo se torna a relação. Aí não há amor que junte os cacos.
Leandro Faustino